Nome: Manoel Lautert
Descrição:
Manoel Lautert
Riograndino da Costa e Silva, tratando dos primeiros republicanos de Taquari, salienta que três são “os vanguardeiros dos ideais democráticos” naquela cidade: Manoel Lautert, Antônio Porfírio da Costa e Jacob Arnt. Sobre o primeiro, escreveu:
“[...] foi presidente do Clube 13 de Maio desde a sua fundação e após a proclamação da República assumiu a chefia do partido [PRR], a cuja frente esteve até 1898.
Filho do casal Frederico Lautert – Felisbina Schimit Lautert, aqui nascera, em 13 de junho de 1851.
O saudoso taquariense que tanto se sacrificou pela República e por ela tão mal recompensado foi, era um bom, um desinteressado e um abnegado.
É este o maio elogio que se pode fazer à sua memória, pois basta recordarmos que o benemérito cidadão, ao começar o movimento revolucionário de 1893, era próspero industrialista e proprietário; quando a revolução terminou estava pobre, paupérrimo podemos assim dizer e ao morrer, em 27 de setembro de 1906, foi a pobreza o legado que deixou aos seus filhos junto com os edificantes exemplos de seu amor pela República, à qual ele tudo sacrificou e ao seu partido que tanto serviu, sem nunca ter querido ocupar cargo público remunerado”.[1]
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Procurou-se confirmar, corrigir e expandir os dados apresentados por Riograndino.
Parece haver uma confusão entre o Coronel Manoel Lautert, resumido nas linhas acima, e um seu irmão, Luiz Manoel Lautert. Os dois quase homônimos são citados, às vezes, um no lugar do outro nos documentos. Através de dados que os personalizem (esposas, filhos, datas), tentar-se-á fazer um perfil mais exato de Manoel Lautert.
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Manoel nasceu em Taquari em 5 de novembro de 1861, filho de Frederico Lautert e de sua mulher Felisbina Schmitz, ambos filhos de alemães. Os avós paternos eram Henrique Lautert e Margarida Hung, e os maternos, Daniel Schmit e Margarida Feil. Foi batizado na mesma paróquia em 25 de dezembro de 1861, tendo por padrinhos o Tenente Manoel da Silva Pinto, viúvo, e sua filha, dona Leocádia de Azambuja Pinto.[2]
Casou em duas ocasiões.
A primeira esposa foi Etelvina de Oliveira Lautert, filha de Aleixo da Silva Rocha (nascido em 1826 em Taquari) e Francisca Gomes da Rocha (nascida em Cachoeira do Sul). Etelvina faleceu em Taquari em 13 de abril de 1882, aos 31 anos.[3] Com ela, teve dois filhos:
1- Frederico Lautert Neto: Nascido em Taquari em 14 de setembro de 1878, e batizado na matriz de São José em 16 de fevereiro de 1879, sendo os padrinhos Aleixo da Silva Rocha e sua mulher Francisca de Oliveira Rocha (avós maternos).[4] Foi batizado no civil em 3 de dezembro de 1879, sendo naquela ocasião informado ter nascido em 13 de setembro, na residência de seus pais, no primeiro quarteirão da paróquia, às 22h. No mesmo registro é informado que seus pais foram casados na matriz de Taquari, pelo cônego Manoel Tostes. Os padrinhos do civil foram novamente os avós maternos.[5]
2- Amaziles Lautert de Castro: Nascida em Taquari em torno de 1880. Casada em Taquari com José Victor de Castro. Sua primeira filha, Etalvina, batizada em homenagem à mãe, já falecida, nasceu em 1900.[6] Em 24 de agosto de 1901, deu à luz a uma criança do sexo feminino – Maria José Lautert de Castro, registrada no civil em 28 daquele mês e ano.[7] Outra filha seria Yvone Lautert de Castro, que casaria com Mansueto Serafini,[8] e faleceria em 1942, deixando um filho.[9]
Casou em segundas núpcias em 1º de setembro de 1883, Taquari, com Idalina da Rocha, filha legítima de Aleixo da Silva Rocha e Francisca de Oliveira Rocha (logo, irmã de sua falecida esposa),[10] com quem teve outros três filhos:
3- Etelvina: Talvez nascida logo antes de 14/07/1884
4- Albano [?]:
5- Timóteo: Nascido em 24 de janeiro de 1896 em Taquari, batizado em 22 de março do mesmo ano.[11]
O Coronel Manoel Lautert faleceu em Taquari em 28 de setembro de 1906, aos 55 anos de idade, por moléstia pulmonar. O registro de óbito, assinado pelo farmacêutico J. Barth, e entregue ao cartório por Aníbal R. Pontes, informa que o mesmo era proprietário, de cor branca, natural de Taquari, casado com Idalina da Rocha Lautert, e deixava cinco filhos, dois do primeiro casamento – Frederico e Amazili – e três do segundo, todos menores de idade: Etelvina, Albano [?] e Timóteo. Foi sepultado no cemitério de Taquari.[12]
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O outro filho de Frederico e Felisbina Lautert, Luiz Manoel, teria nascido no ano seguinte ao irmão acima: 1862. Em seu registro de óbito, de 1900, é informado que teria 38 anos.[13]
Ainda não se encontrou seu registro de batismo.
Casou em 19 de janeiro de 1889, em Taquari, com Maria Manoela Brandão, natural de Taquari, de 25 anos de idade, filha de João Ferreira Brandão (já falecido) e Maria Manoela de Andrade Brandão. Na ocasião, Luiz Manoel contava com 28 anos.[14]
Teve, com Maria Manoela, pelo menos três filhas, nascidos entre 1890 e 1895:
1- Uma criança do sexo feminino, não nomeada no registro civil, nascida em Taquari em 24 de maio de 1890 e registrada dois dias depois.[15]
2- Marieta: Nascida em 15 de outubro de 1893, às 9h, na casa de seus pais. Batizada no civil no dia seguinte.[16] E no religioso em 20 de janeiro de 1894, com os padrinhos Rodolfo Alfredo Lautert e Maria Zulmira Brandão Vianna.[17]
3- Celina: Não foi nomeada no registro civil. Nascida em 13 de setembro de 1895 às 2h, foi registrada em cartório em 2 de janeiro de 1896.[18] Em 15 de novembro de 1896 foi batizada no religioso uma filha de Luiz Manoel e Manoela, nascida também em 13/09/1895. Como em nenhum dos documentos se falou em gêmeas, estou supondo que se trata da mesma criança. Foram padrinhos no religioso Luiz Gonzaga de Andrade Brandão e Maria das Dores de Castro.[19]
Luiz Manoel Lautert faleceria em Taquari em 25 de janeiro de 1900, aos 38 anos. Não é informado o nome de sua viúva nem o número de filhos.
[1] COSTA E SILVA, Riograndino. São José de Taquari: A História de minha terra. Porto Alegre: Edições Flama, 1971, p. 235.
[2] Paróquia de Taquari. Livro de batismos (1859-1863), fl. 132. Img 13: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-HK91-T1?i=12&wc=M78F-V68%3A371592701%2C371569002%2C371686001&cc=2177295.
[3] Paróquia de Taquari. Livro 5º de óbitos (1877-1889), fl. 37-37v. Img 40-41: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-HK3Q-9?i=39&wc=M78N-KPD%3A371592701%2C371569002%2C371812601&cc=2177295.
[4] Paróquia de Taquari. Livro de batismos (1879-1881), fl. 16v. Img 20: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-HKS9-SM?i=19&wc=M78F-TNP%3A371592701%2C371569002%2C371725601&cc=2177295.
[5] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro 1º de registros de nascimento, reg. 274, fl. 185v-159. Img 163: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-3XWD-Z?i=162&cc=1582573.
[6] Nesse registro Amazilis foi registrada como “Amália”. Etelvina, nascida em 1º de agosto de 1900, registrada no dia 6. Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro 5º de registros de nascimento, reg. 453, fl. 184. Img 1214: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-369W-ZG?i=1213&cat=647270.
[7] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro 7º de registros de nascimentos, reg. 119, fl. 47v-48. Img 1525: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-3693-S7?i=1524.
[8] Edital n. 1394. O Momento. Caxias do Sul, ano 6, n. 265, p. 3, 04/04/1938.
[9] Falecimento. A Época. Caxias do Sul, ano 4, n. 168, p. 1, 15/02/1942.
[10] Paróquia de Taquari. Livro 6º de casamentos, fl. 70v. Img 74: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-H29K-YR?i=73&wc=M78N-FN5%3A371592701%2C371569002%2C371793501&cc=2177295.
[11] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro 3º de registros de nascimentos, reg. 77, fl. 33v. Img 503: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-3XSS-5?i=502&cat=647270.
[12] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro de registros de óbitos, reg. 640, fl. 169v. Img 815: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QS7-89LD-SPQD?i=814&cat=647270.
[13] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro de registros de óbitos (1889-1904), reg. 30, fl. 8. Img 648: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QS7-89LD-S5V3?i=647&cat=647270.
[14] Paróquia de Taquari. Livro de registros de casamento (1885-1889), fl. 78-78v. Img 83 e 84: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-H29V-LT?i=82&wc=M78N-NZ9%3A371592701%2C371569002%2C371796401&cc=2177295.
[15] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro 2º de registros de nascimento, reg. 32, fl. 14v. Img 246: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-3XQH-5?i=245&cat=647270.
[16] Cartório de Taquari. Livro 2º de registros de nascimento, reg. 211, fl. 113v-114. Img 345: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-3X77-B?i=344&cc=1582573.
[17] Paróquia de Taquari. Livro de batismos (1894), fl. 1v-2. Img. 5: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-HV32-S?i=4&wc=M78N-HNL%3A371592701%2C371569002%2C371764401&cc=2177295.
[18] Cartório do Registro Civil de Taquari. Livro 3º de registros de nascimento, reg. 51, fl. 23v. Img 493: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9392-3X9N-K?i=492&cc=1582573.
[19] Paróquia de Taquari. Livro de batismos (1896-1900), fl. 14. Img 17: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-HV7J-G?i=16&wc=M78N-C66%3A371592701%2C371569002%2C371772601&cc=2177295.